Poeta Salgado Maranhão, um amigo que não vejo algum tempo. Lembro dos corredores da Casa do Estudante onde sempre estávamos: eu, ele e um amigo em comum....muitas esperanças...e o tempo...indo...
A CIDADE
Espaços da cidade
agônica
fluem com os bárbaros
insurretos. Noiados.
Sem visgo de afeto
que adoce as ranhuras .
Quito ao meu olhar
virtual
sua cota de sonhos:
gatas de chocolate
e bundas avulsas.
Que passam e não me agendam
em nenhuma manhã.
( Egos de bife e batom.)
Estrelas de carne e faíscas
entrefodem-se no Olimpo.
CORDA BAMBA
o poeta é mercador
traficante de caminhos
que vende raios,
sinfonias
e horizontes.
frugal mercador de eternidades
– porta a porto –
aos quatro cantos do luar
ao mar
ao ar
sob o tempo
e o temporal.
o poeta corre o risco
entre o amor livre
e a palavra.
está sempre atrás do pano
em plena corda bamba
do mistério.
e atravessa submerso as metrópoles
dos olhares
feito um louco solitário
que come fogo.
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