segunda-feira, 7 de setembro de 2009

FUNDAÇÃO DARCY RIBEIRO LANÇA COLEÇÃO: OS FRANCESES NO BRASIL, NA BIBLIOTECA NACIONAL, DIA 14 DE SETEMBRO,ÀS 17H.




A Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) realiza, 19 anos depois, um dos sonhos do antropólogo, educador, poeta, escritor, e político Darcy Ribeiro, de publicar a coleção Os Franceses no Brasil, com introduções de cunho histórico e antropológico, inédito no Brasil . O projeto contou com a colaboração de Carlos de Araujo Moreira Neto, antropólogo, etnohistoriador e participante do conselho curador da Fundação.

Durante todo esse tempo, a Fundação se responsabilizou por todos os arquivos deixados por ele, entre os quais estão as cópias e respectivas traduções dos originais das obras francesas de que trata este Programa de Edições. Esta documentação está organizada e traduzida para o português, incluindo os livros de Yves d’Evreux (1615), de Jean de Léry (1580), de André Thevet (1575) e as correspondências de Nicolas Durand de Villegagnon (1542-1569).


Na apresentação desta Coleção, Darcy Ribeiro destaca o esforço continuado dos franceses para estabelecer empreendimentos comerciais no Brasil, resistindo ao monopólio dos portugueses. O espírito e a tradição dos elementos aventureiros da França daqueles tempos, transplantados ao Novo Mundo, resultaram em tipos como os truchements (intérpretes ou “línguas”), que desenvolveram modos de vida muito semelhantes na América do Norte e entre os grupos indígenas no litoral brasileiro.


A Editora Batel publica esta coleção e oferece ao público as obras mais importantes sobre a participação dos franceses na conquista do Brasil. A coleção faz parte das iniciativas para a celebração do Ano da França no Brasil e reúne testemunhos da tentativa de colonização francesa no nosso país, entre o Século XVI e início do Século XVII, com relatos sobre os projetos da França Antártica, uma colônia calvinista no Rio de Janeiro, e da França Equinocial no Maranhão.

A descrição da terra e dos índios, seus costumes e vida nas aldeias, os conflitos entre os colonizadores e a aventura colonial são alguns dos eventos relatados, nos quatro livros, por Yves d’Evreux, André Thevet, Jean de Léry e nas correspondências de Villegagnon que formulou e liderou o projeto da colônia francesa no Rio de Janeiro entre 1555 e 1557.

A importância histórica dos relatos destes cronistas franceses e dos intentos de colonização francesa nos dois primeiros séculos de nossa história está sendo rememorada nesta publicação.

Formulado quando Darcy Ribeiro estava à frente da Secretaria de Ciência e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, entre 1983 e 1986, o projeto foi patrocinado pela Eletrobrás e Ute Norte Fluminense e coordenado por Carlos de Araujo Moreira Neto e Ana Arruda Callado.




O PRIMEIRO VOLUME
NICOLAS DURAND DE VILLEGAGNON E OUTROS
(1542 - 1569) Correspondência


O primeiro volume que será lançado, no dia 14 de setembro, na Biblioteca Nacional, reproduz as cartas e correspondências de Villegagnon sobre a colônia francesa na Guanabara, na tentativa da criação da França Antártica.

São 22 cartas escritas entre 1542 e 1569, todas relacionadas com o projeto da França Antártica. A estas foram adicionadas outras duas cartas de Nicolas Barré, companheiro de Villegagnon, escritas da Baía de Guanabara em 1556, e fragmentos da “Histoire des martyrs persecutez et mis à mort pour la vérité de l’Évangile” do calvinista Jean Crespin, que trata das relações dos membros da igreja com Villegagnon.

O texto tem 128 páginas, além de uma carta inédita de Villegagnon, cujos originais pertencem ao Museu Naval do Rio de Janeiro, e, adicionalmente, dois mapas franceses do século XVI, do cartógrafo Vaux de Claye, um deles sobre a Baía da Guanabara e outro sobre as costas do nordeste do Brasil. Todas as cartas são comentadas pelo embaixador Vasco Mariz, especialista em Villegagnon.

Darcy Ribeiro faleceu em 17 de fevereiro de 1997. No seu último ano de vida, dedicou-se especialmente a organizar a Universidade Aberta do Brasil, com cursos de educação a distância, para funcionar a partir de 1997, e a Escola Normal Superior, para a formação de professores de 1º grau. Organizou a Fundação Darcy Ribeiro, instituída por ele em janeiro de 1996, com sede própria, localizada em sua antiga residência em Copacabana, com o objetivo de manter sua obra viva e elaborar projetos nas áreas educacional e cultural. Um de seus últimos projetos lançado publicamente, foi o Projeto Caboclo, destinado ao povo da floresta amazônica.

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